As patologias na construção são um dos grandes desafios enfrentados por engenheiros, arquitetos, construtoras e proprietários de imóveis. Elas representam manifestações anômalas em elementos da edificação, como rachaduras, infiltrações, descolamento de revestimentos, entre outros problemas que comprometem o desempenho, a estética, a segurança e, muitas vezes, a durabilidade da construção.

A expressão “patologias na construção” é emprestada da medicina, e faz todo sentido: assim como um organismo pode apresentar doenças, uma edificação também pode desenvolver problemas decorrentes de falhas em sua concepção, execução, uso ou manutenção.

O que são patologias na construção?

Patologias na construção são falhas ou manifestações indesejadas em elementos estruturais, não estruturais ou sistemas de uma edificação. Essas falhas podem surgir em qualquer fase da vida útil da obra — desde a execução até o uso final — e são divididas em diferentes tipos, conforme sua natureza.

Entre os tipos mais comuns de patologias na construção, destacam-se:

• Fissuras e trincas: podem ser superficiais ou profundas, afetando paredes, pisos, lajes e estruturas. Em casos mais graves, indicam problemas estruturais sérios.
   
• Infiltrações e umidade: surgem por falhas na impermeabilização, uso de materiais inadequados ou falta de drenagem, afetando tanto a aparência quanto a salubridade do ambiente.
   
• Desagregação do concreto: também conhecida como corrosão do concreto, ocorre quando há falhas no cobrimento das armaduras, resultando na ferrugem do aço e no comprometimento da estrutura.
   
• Eflorescência: manchas esbranquiçadas que aparecem em paredes e pisos devido ao transporte de sais solúveis pela umidade.
   
• Descolamento de revestimentos: peças cerâmicas, rebocos ou pinturas que se soltam, muitas vezes por má aderência ou dilatação térmica.
   

Causas mais comuns das patologias na construção

As causas das patologias podem ser diversas, mas geralmente se agrupam em três categorias:

1. Projeto mal elaborado: erros de cálculo, incompatibilidades entre disciplinas (estrutural, elétrica, hidráulica) ou ausência de detalhes construtivos adequados podem causar sérios problemas durante e após a obra.
    
2. Falhas na execução: uso de mão de obra não qualificada, negligência na preparação do terreno, cura inadequada do concreto ou materiais de baixa qualidade estão entre os principais fatores.
    
3. Falta de manutenção: uma edificação precisa ser cuidada continuamente. A ausência de inspeções periódicas, limpeza de calhas e verificação de impermeabilizações pode agravar pequenas falhas até se tornarem patologias sérias.
    

Como prevenir as patologias na construção

A prevenção é o melhor caminho para evitar prejuízos futuros. Algumas práticas recomendadas incluem:

• Projetos bem elaborados: contar com profissionais experientes desde a concepção da obra é essencial para garantir soluções técnicas adequadas.
   
• Execução com qualidade: investir em mão de obra capacitada, materiais certificados e técnicas construtivas adequadas reduz significativamente o risco de patologias.
   
• Acompanhamento técnico: a presença de engenheiros e responsáveis técnicos durante todas as fases da obra permite identificar e corrigir falhas ainda em estágio inicial.
   
• Manutenção preventiva: a edificação precisa de cuidados periódicos, como inspeções visuais, manutenção de telhados, impermeabilizações e limpeza de sistemas de drenagem.
   

Impactos das patologias na construção

As patologias na construção não afetam apenas a estética do imóvel. Elas podem comprometer a estabilidade estrutural, causar riscos à segurança dos usuários, provocar perdas financeiras e até reduzir o valor de mercado da edificação.

Além disso, muitos problemas exigem intervenções complexas e de alto custo, especialmente quando não são identificados em sua fase inicial. Portanto, a prevenção, a inspeção periódica e a correção rápida de pequenas falhas são ações fundamentais para garantir a longevidade da construção.

Conclusão

As patologias na construção são um tema que merece atenção de todos os envolvidos no ciclo da edificação — do projeto ao uso final. Embora inevitáveis em muitos casos, elas podem ser minimizadas com boas práticas, qualidade na execução e uma cultura de manutenção constante. Conhecer os sinais, compreender as causas e agir preventivamente são passos decisivos para evitar prejuízos e garantir construções mais seguras, duráveis e eficientes.

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